Passado um mês do início da catástrofe ambiental que se abateu sobre o RS, são crescentes as demandas por serviços públicos essenciais para a reconstrução das condições de vida presente e futura. A solidariedade de diversos setores sociais tem sido muito importante; porém, políticas estruturantes dependem de um estado capaz de respostas de curto, médio e longo prazos. A defesa do “estado mínimo” não é compatível com esta realidade. Resta saber se, por coerência programática, defensores/as dessa tese apontam outras soluções.

Outro debate oportuno é o papel da pesquisa sobre sustentabilidade de nossas cidades. Dispomos de conhecimento acumulado em nossas universidades, tão sucateadas no período de negacionismo científico. Profissionais e organizações que se ocupam do tema precisam ser ouvidas pelo poder público. O Manifesto de especialistas sobre as enchentes em Porto Alegre (já divulgado em nossas redes) expôs os efeitos da falta de investimento em manutenção de estruturas disponíveis para o combate às enchentes. Não repetir erros dessa gravidade e aprender com a catástrofe é, no mínimo, o que a população espera da gestão pública.

Juçara Dutra Vieira
Presidenta do PT / RS