Durante a Cúpula da Celac, em Honduras, o presidente Lula criticou as novas tarifas impostas pelos EUA a produtos da China, alertando para os impactos negativos desse tipo de medida na economia global.

“Nós não sabemos qual vai ser o efeito devastador disso na economia. É preciso saber quanto vai custar isso do ponto de vista do preço dos produtos, da relação multilateral”, afirmou o presidente, em entrevista a jornalistas brasileiros.

Lula apontou que a decisão dos EUA, que aumentou taxas contra a China e reduziu tarifas para outros 75 países, parece seguir uma lógica de confronto e enfraquece a cooperação entre nações.

“Me parece que tá ficando cada vez mais visível que é uma briga pessoal [de Trump] com a China. Ora, querer fazer negociação individual é colocar fim no multilateralismo. E o multilateralismo é muito importante para a tranquilidade econômica que o mundo precisa. Não é aceitável a hegemonia de um país, nem militar, nem cultural, nem industrial, nem tecnológica e nem econômica sobre os outros”, declarou.

Sobre a resposta do Brasil, Lula garantiu que o país não aceitará imposições sem diálogo: “Vamos utilizar todas as palavras de negociação que o dicionário permitir. Depois que acabar, nós vamos tomar as decisões que entendermos serem cabíveis”.

O presidente reafirmou ainda sua confiança na proposta brasileira de lançar uma candidatura feminina latino-americana para a secretaria-geral da ONU em 2026. “Eu acho que vai dar certo porque as mulheres estão em ascensão, ocupando espaço cada vez melhores, as mulheres estão provando que têm mais competência que os homens em muitas coisas, têm mais sensibilidade. O século 21 pode ser verdadeiramente o século das mulheres.”.

Foto: Ricardo Stuckert / PR