Seis mulheres gaúchas foram mortas, na sexta-feira santa, data que muitas religiões dedicam à reflexão sobre o significado da vida e que, mesmo para quem é laico/a, tem um sentido de amor e generosidade. Foram assassinadas por companheiros ou ex-companheiros. Uma delas estava grávida, outra foi assassinada na presença da filha de seis anos. Todas perderam a vida por machismo, sexismo, misoginia e sentimento de impunidade (ou de penas brandas).
A Lei Maria da Penha completará 20 anos, em 2026. Destinada a criar mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, representou um grande avanço institucional e deveria ser replicada por todos os entes federados. Entretanto, isso ocorre de forma lenta, quando não subsumida em relação a outras políticas públicas. Exemplo disso foi a dissolução da Secretaria de Políticas para as Mulheres, instituída em 2011, no primeiro dia da gestão de Tarso Genro.
Por outro lado, iniciativas importantes de parlamentares, integrados/as a movimentos sociais têm feito este debate e mobilizado a sociedade. O Comitê Gaúcho Eles por Elas, liderado pelo então deputado estadual Edegar Pretto, teve seu trabalho continuado pelo deputado Adão Pretto Filho, por meio da Frente Parlamentar de Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Proposta pela deputada estadual Stela Farias, sua primeira titular, a Procuradoria Especial da Mulher da AL/RS, atualmente é presidida pela deputada Bruna Rodrigues, tendo como adjuntas as deputadas Stela Farias e Laura Sito. Nos municípios, nossos prefeitos, prefeita e vereadores/as cumprem papel essencial na defesa e promoção dos direitos das mulheres.
Com nosso renovado compromisso de combate à violência, esperamos que Caroline, Jane Cristina, Juliana, Simone Andrea, Patrícia Viviane e Raíssa inspirem políticas públicas eficientes, contínuas e duradouras em defesa da vida de todas as mulheres.
Juçara Dutra Vieira
Presidenta do PT / RS