Assembleia Legislativa Notícia

MTD COMPLETA 25 ANOS DE LUTA POR DIREITOS EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA ALRS

24/05/2025 8h19

O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Direitos (MTD) celebrou 25 anos de atuação em audiência pública da Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado, na quinta-feira (22), por proposição do deputado Leonel Radde. Fundado durante a ocupação de uma fábrica desativada no RS, o movimento começou como MTD – Movimento dos Trabalhadores Desempregados – e se transformou em referência nacional na luta por direitos básicos como moradia, alimentação, trabalho, inclusão e o enfrentamento à violência.

Durante a audiência, lideranças do MTD denunciaram a precarização das relações de trabalho, o avanço do mercado sobre a dignidade humana, a negligência do poder público frente à crise climática e a violência estrutural nas periferias. “Numa realidade autoritária, violenta e discriminatória”, destacou Bruna Fiúza, “as mulheres não estão seguras nem dentro da própria casa”, lembrando que o número de feminicídios no RS já soma 34 neste ano. Ela cobrou a recriação da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres.

Clara Fraga, de apenas 15 anos, defendeu o direito à inclusão de pessoas com deficiência: “Os PCDs formam um grupo negligenciado e esquecido, especialmente, nas camadas mais vulneráveis da população. Queremos políticas públicas em todas as áreas, inclusive, no esporte, que é fundamental para integração na sociedade”.

O impacto das mudanças climáticas também foi abordado por Mauro Cruz, fundador do MTD: “As populações vulneráveis são as mais impactadas pela insegurança alimentar e habitacional que estes eventos geram. Usam nossa vulnerabilidade como palanque de campanhas, mas somos nós que seguimos ajudando os desabrigados e quem perdeu tudo”.

O MTD lançou neste ano a Jornada Nacional por Direitos 2025, com cinco eixos centrais: trabalho, alimentação, moradia, combate à violência contra as mulheres e inclusão das pessoas com deficiência. Entre os pleitos estão a implementação de leis estaduais que criam pontos populares de trabalho e frentes emergenciais de emprego.

Sandra Cristi criticou a ausência de representantes do governo do Estado e da prefeitura de Porto Alegre: “O fato de se negar a comparecer num espaço de escuta revela muito do descaso e da negligência com o povo empobrecido das periferias”.

Radde elogiou o trabalho do MTD durante a enchente de maio e anunciou que a comissão solicitará reunião com a Casa Civil para que o movimento apresente sua pauta.

Fonte: PT na Assembleia RS – Olga Arnt (MTE 14323)
Foto: Kelly Demo Christ