Cinco milhões de crianças e adolescentes saíram da pobreza nos últimos anos, resultado da ampliação do Bolsa Família e de maior acesso à informação. É o que aponta o estudo Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil, divulgado pelo Unicef na quinta-feira (16).
Entre 2017 e 2023, o número de crianças em situação de pobreza extrema caiu de 13 milhões (23,8%) para 9,8 milhões (18,8%). Nesse período, 4 milhões de crianças saíram da pobreza graças ao Bolsa Família, como destacou Liliana Chopitea, chefe de Políticas Sociais do Unicef no Brasil: “Seguramente a melhoria da renda é atribuída à expansão do programa Bolsa Família nesse período”.
O estudo também evidencia avanços em áreas essenciais. A insegurança alimentar, por exemplo, caiu de 50% das crianças em 2018 para 37% em 2023. O percentual de crianças sem acesso à informação diminuiu de 17,5% para 3,5%, e o de crianças sem saneamento básico, de 42,3% para 38%.
O ministro Wellington Dias reforçou a importância das políticas públicas: “Estamos comprometidos com o futuro. É fundamental que nossas crianças tenham acesso a políticas de segurança alimentar, assistência social, saúde, saneamento e educação”.
Apesar dos avanços, desigualdades persistem. O índice de pobreza multidimensional entre crianças negras é de 63,6%, enquanto entre crianças brancas é de 45,2%. O Unicef recomenda que o Brasil adote a mensuração da pobreza infantil multidimensional como estatística oficial para orientar políticas públicas mais eficazes.
Foto: Lyon Santos / MDS