Inspirada na luta do arcebispo Óscar Arnulfo Romero y Galdámez, assassinado em 24 de março de 1980, em El Salvador, a ONU instituiu, em 2010, o “Dia Internacional do Direito à Verdade sobre graves violações dos Direitos Humanos e pela dignidade das vítimas”. A violência de Estado — que sempre procura legalizá-la — tem impactos profundos e muito mais duradouros do que o tempo histórico em que se produz.
O direito à verdade contém essas duas dimensões: reconhecimento dos crimes e reparo às vítimas e seus familiares; construção da memória coletiva da sociedade para que não se repitam. Seria ingênuo pressupor que essa compreensão, por si só, é mobilizadora de opiniões e ações.
A tentativa de golpe contra o Estado brasileiro de 8 de janeiro de 2023 mostra a rapidez do retrocesso das conquistas democráticas. A intervenção de Trump nas universidades americanas — por asfixia orçamentária — é outro exemplo de visão totalitária de sociedade na versão midiática capitalista-imperialista. Oportuno, pois, celebrarmos o significado desta luta tão histórica quanto cotidiana.
Juçara Dutra Vieira
Presidenta do PT / RS
