No segundo ano da tentativa de golpe contra os poderes da república, as instituições democráticas e o povo brasileiro, ainda há perguntas sem resposta e respostas antidemocráticas. A principal pergunta sem resposta é: o que fariam aqueles que sabiam da trama e optaram pelo silêncio? Buscariam uma solução à la Pôncio Pilatos?
A resposta contundente dos poderes atacados está simbolizada no abraço de autoridades e população à praça dos três poderes, em Brasília. Na contramão desse ato de reparação, o prefeito de Porto Alegre, em seu ato de posse, afirmou que manifestações em defesa da ditadura devem ser consideradas como “liberdade de expressão”.
A gravidade dessa declaração por parte de uma autoridade eleita pelo processo democrático é motivo para a ação coletiva hoje impetrada no Ministério Público Federal, subscrita por partidos e organizações sociais. Consentir o golpismo é um ato de fraqueza; estimulá-lo é um ato de arrogância intelectual e política.
Juçara Dutra Vieira
Presidenta do PT / RS
