O Ministério da Gestão e da Inovação anunciou uma medida histórica para a segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CNU). Para o certame, que abre 3.652 vagas a partir desta quarta-feira (2), fica garantido que no mínimo 50% das pessoas convocadas para a segunda fase serão mulheres, tanto na ampla concorrência quanto nas vagas de cotas.
A decisão foi baseada em uma análise dos resultados do concurso anterior. Embora as mulheres tenham sido maioria nas inscrições (56,2%), elas se tornaram minoria entre os aprovados para a segunda etapa em sete dos oito blocos, representando apenas 39,3% do total. A disparidade foi ainda mais acentuada em áreas estratégicas, como Tecnologia, Dados e Informação, onde elas ocuparam somente 8,4% das vagas.
A ministra da Gestão e da Inovação, Esther Dweck, explicou que a medida busca corrigir desigualdades estruturais. “Há duas coisas importantes na literatura: uma é a dupla ou tripla jornada (das mulheres)”, o que as prejudica nos estudos e gera desigualdade. Outra questão é o tipo de prova: a discursiva exige mais a bagagem da pessoa, anos de estudo, e não só o treino específico para a prova.”
O compromisso com as mulheres, no entanto, não se encerra na aprovação. A ministra destacou que o governo também está implementando políticas de cuidado para as servidoras em formação, garantindo a estrutura necessária para que possam conciliar a carreira e a maternidade. “Nos cursos que o ministério estava coordenando, a gente exigiu que tivesse uma sala de amamentação, Uma sala para as crianças ficarem com algum responsável que pudesse cuidar delas”, afirmou Dweck.
A iniciativa visa construir um serviço público mais diverso e que reflita a composição da sociedade brasileira, garantindo que o talento e a competência das mulheres não sejam barrados por barreiras sociais.
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
