Em uma defesa contundente da soberania nacional, o presidente Lula respondeu, na noite de ontem (10), às ameaças do presidente norte-americano, Donald Trump, de taxar os produtos brasileiros em 50%. Em entrevistas ao Jornal Nacional e ao Jornal da Record, Lula garantiu que o Brasil não ficará de braços cruzados e usará todos os instrumentos disponíveis, incluindo a Lei da Reciprocidade.
“Nós temos a Lei da Reciprocidade, que foi aprovada no Congresso Nacional”, lembrou o presidente. “E não tenha dúvida que, primeiro, nós vamos tentar negociar. Mas se não tiver negociação, a lei da reciprocidade será colocada em prática. Se ele vai cobrar 50 de nós, nós vamos cobrar 50 deles”, assegurou. Além da retaliação comercial, Lula confirmou que o Brasil acionará a Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar a medida.
O presidente também rechaçou a tentativa de Trump de interferir em assuntos internos do Brasil, como o julgamento de Jair Bolsonaro. “É inaceitável que o presidente Trump mande uma carta, sabe, pelo site dele, e começa dizendo que é preciso acabar com a caça as bruxas. Isso é inadmissível. Primeiro, porque isso aqui tem Justiça e a gente está fazendo um processo com direito a presunção de inocência”, afirmou Lula, defendendo a independência das instituições brasileiras.
Lula ainda desmentiu a justificativa de Trump para a taxação, que alegou prejuízo nas relações comerciais. “O presidente Trump deve estar muito mal informado porque nos últimos 15 anos, o déficit para o Brasil é de US$ 410 bilhões de reais”, destacou.
Ao final, o presidente reafirmou a postura diplomática, mas firme, do Brasil. “Nós entendemos que o Brasil é um país que não tem contencioso com ninguém, nós não queremos brigar com ninguém, nós queremos negociar e o que nós queremos é que sejam respeitadas as decisões brasileiras”.
Foto: Ricardo Stuckert / PR
