O assassinato da vereadora Elisane Rodrigues dos Santos (PT), ocorrido ontem (17), em Formigueiro (RS), gerou indignação entre lideranças políticas, movimentos sociais e defensoras/es dos direitos das mulheres. Aos 49 anos, Elisane cumpria seu primeiro mandato e era a única mulher na Câmara Municipal. Seu corpo foi encontrado com mais de dez perfurações por faca, principalmente no pescoço. Nada foi levado do local. A polícia trata o caso como feminicídio, sem descartar motivação política.
Anne Moura afirmou: “Recebemos com extrema revolta a notícia do feminicídio da companheira Elisane Rodrigues dos Santos (PT-RS), única vereadora da Câmara Municipal de Formigueiro (RS). Ainda não sabemos a motivação desse assassinato, mas esperamos que as autoridades consigam identificar os autores e explicar a motivação deste terrível crime. Não podemos deixar de nos preocupar com o fato de uma companheira nossa ter sido morta. Sempre que uma mulher eleita sofre violência política de gênero ou é vítima de um crime, a democracia fica mais fragilizada. Nós, da SNMPT, expressamos nossos sentimentos à família da Elisane.”
A Secretaria de Mulheres do PT-RS destacou: “Elisane foi uma voz firme e comprometida com a defesa dos direitos sociais, da causa Quilombola, da saúde pública, da justiça social e do diálogo. Sua morte não pode ser naturalizada. Seguiremos honrando sua memória com mais luta, mais organização e mais coragem.”
Desde 2014, quando o então deputado Jair Bolsonaro ameaçou a deputada Maria do Rosário (PT-RS) de estupro no plenário da Câmara, a escalada de violência contra parlamentares petistas se intensificou. Em fevereiro, Laura Sito (PT) sofreu calúnias e ataques racistas. Em março, Ricardo Arruda (PL) foi condenado por ofender Gleisi Hoffmann. Em maio, Natasha Ferreira (PT) recebeu ameaças de morte. No mesmo mês, Ana Júlia (PT-PR) foi atacada em plenário. Também foram alvos Vanessa da Rosa, Samanda Alves, Érika Kokay, Juliana Cardoso, Beatriz Cerqueira, Carol Dartora, entre outras mulheres petistas atingidas por discursos de ódio e violência política.
A ministra Marina Silva também foi recentemente atacada por um senador bolsonarista no Congresso Nacional.
