As ameaças de Trump à democracia brasileira são oportunistas, infundadas e grosseiras mas, nem por isso, menos perigosas. Determinado a recuperar e ampliar o poder econômico e geopolítico de seu país, tenta impor nova ordem mundial, agindo no atacado e no varejo.
De um lado, Trump alimenta o capitalismo, reforçando o armamentismo, promovendo a xenofobia e concentrando poder de decisão normativa. De outro, age no varejo, no velho estilo imperialista, movendo peões no tabuleiro de seu jogo de xadrez. São exemplos a dispensa de Elon Musk – que já cumpriu o a tarefa de financiar sua campanha – e a família Bolsonaro, que ainda precisa cumprir a tarefa de enfraquecer a democracia brasileira para desfrutar as benesses de Tio Sam.
No caso dos ataques ao Brasil, Trump visa fragilizar a democracia, tentando atingir os poderes da república, bem como empobrecer o país e o povo, por meio da imposição de tarifas e sanções indiscriminadas. Nossa reação precisa ser proporcional à extensão dos riscos que corremos. Mobilizações de rua, como as que estão acontecendo desde o anúncio das medidas, são essenciais. (Hoje, 14/07, PT, PCdoB, PV, PSOL, REDE, PSB, PDT e PSTU promovem nova manifestação em Porto Alegre)
É estratégico mobilizar a opinião pública em torno das bases da república brasileira: a democracia e a soberania popular. Este papel cabe à cidadania com protagonismo dos partidos políticos, dos movimentos sociais e das instituições democráticas dura e secularmente conquistadas pela sociedade brasileira.
Juçara Dutra Vieira
Presidenta do PT do RS